Natália Lebeis fala sobre aceitação e reconexão na estreia com ´Égua Solta
A nova artista do selo Toca Discos é a cantora – e produtora cultural – Natália Lebeis (@natalialebeis), carioca que experimenta com sintetizador de pista, faz refrão chiclete, cria letras irônicas, adiciona e brinca com barulhinhos eletrônicos em meio a nuances do funk, rock, MPB, new wave e pop. Antes de lançar em agosto seu álbum intitulado Choque Eletrostático, ela soltará alguns singles, como a canção ‘Égua Solta’.
A música que chega às plataformas digitais é a faixa de abertura do disco de estreia de Natália Lebeis, e dialoga sobre aceitação e reconexão de uma forma irreverente.
Ouça o single aqui: https://links.altafonte.com/NataliaLebeis_EguaSolta.
“Égua Solta é um recado, mas também é um lembrete pra mim mesma. E é simbólico que ela abra o disco pois essa música nasce de uma experiência traumática que acabou transformando radicalmente a maneira como me relaciono comigo.”, comenta a cantora.
O single, com requintes maximalistas na sonoridade e minimalistas na letra, é uma poesia curta, direta e endereçada, que usa a repetição pra deixar claro o desejo da cantora de que o recado seja absorvido e incorporado por quem a escuta.
Além das plataformas digitais, ‘Égua Solta’ chega com um videoclipe gravado ‘do outro lado do mundo’. “Já tinha uma viagem marcada para o Japão e calhou de planejarmos o lançamento no período da viagem. Então, eu pude aproveitar o gancho para desenvolver a narrativa em torno da ideia de uma égua que corre solta por aí. Acabou que de um jeito muito maluco, com um diretor de fotografia japonês que não fala inglês, chamado Shota Tsukiyama, conseguimos gravar o clipe pelas ruas de Tokyo, o que foi muito alucinante e surreal”.
Natália Lebeis, biografia
Natália Lebeis nasceu no Rio de Janeiro e começou a carreira no teatro, como parte da cena independente da cidade. A partir daí, começou também a produzir espetáculos e outros projetos artísticos e se apaixonou pela correria dos backstages.
“Ao longo dessa trajetória, produzi inúmeros festivais, mostras, shows e espetáculos e tenho certeza que isso me tornou uma artista mais consciente do meu lugar e das minhas possibilidades no mercado”, ela lembra.
As influências
Natália conta que seu gosto musical foi formado por muitas coisas diferentes. “Já fui grunge, metaleira e fã da Britney Spears, mas o indie rock dos anos 2000 (Libertines, Strokes, White Stripes, Electrelane, Yeah, Yeah, Yeahs, entre outros) me marcou profundamente. Foi quando eu me entendi parte de uma cena.”.
“Nessa época comecei a frequentar as casas do grupo Matriz no Rio e me apaixonei pelas bandas que usavam eletrônicos, principalmente sintetizadores, e pelo rock e o punk dos anos 60/70. Depois descobri a música nacional e fui abduzida pela Bossa Nova e todo o movimento musical e de contracultura que surgiu no Brasil dos anos 70 (Tropicalismo, Gal, Caetano, Gil, Jards, Tom Zé, Mutantes)”.
A música brasileira atual também chama a atenção de Natália e ela menciona artistas como Ana Frango Elétrico, Jadsa e Maria Beraldo, além de mencionar os trabalhos de Thiago Nassif e Jonas Sá, “que tive a sorte de ter como produtores do meu disco”, ela completa.
Natália entre texturas e timbres
Natália gosta de explorar a plasticidade nos seus trabalhos, seja a partir da experimentação de sonoridades, texturas, timbres, ou da própria forma como a composição poética pode se construir.
O álbum de estreia, Choque Eletrostático, foi se desenhando a partir desses desejos de provocação da artista.
“Gosto muito das coisas que não se definem facilmente, então, quando no final do processo de gravação, eu, Jonas e Thiago não soubemos definir muito bem o gênero/estilo do disco, eu entendi que o trabalho estava pronto. Acho que o disco tem um pouco de tudo o que eu gosto e sou: sintetizador de pista, refrão chiclete, letras irônicas, barulhinhos experimentais, o funk, rock, MPB, new wave e pop. Isso diz muito sobre eu ter sido uma adolescente que ouvia Nirvana e Madonna. Que gostava de Nightwish à noite e ouvia Vinicius de Moraes de manhã com o mesmo fascínio e tesão.”
O álbum de estreia
Choque Eletrostático, que chega ao streaming em agosto deste ano pela Toca Discos, é um disco de composições próprias de Natália, que se arrisca no desejo de explorar sua potência performática e provocativa. É um disco de reflexões existencialistas sobre vida, morte, amor e desejo a partir de uma visão singular cheia de acidez e ironia.
O álbum foi produzido pelo Jonas Sá e Thiago Nassif, que também tocam diversos instrumentos, e recebeu participações importantes como Pedro Sá (ex guitarrista da banda Cê), Bi Beats (baterista da Jadsa), Thomas Harres (baterista da Céu e Bala Desejo), Pedro Dantas (baixista de Jards Macalé), Claudio Brito (percussionista da Martnália) e Bellacomsom (artista visual, experimental e inventora de instrumentos). “Todos eles foram fundamentais para a construção da linguagem do disco”, destaca Natália.
Acompanhe a Natália Lebeis: instagram.com/natalialebeis.