Raul Seixas e Ayn Rand Passeando de Mãos Dadas no Central Parque de Diversão
Fico aqui pensando na questão da etimologia das palavras. Eu que não sou linguista. E antes que me acusem de ser qualquer ista. Logo vou dizendo. Feito já disse o Seixas. Que cago para suas queixas. E acrescento o dele: “Se você acha o que eu digo fascista, / Mista, simplista ou antissocialista / Eu admito, você tá na pista / Eu sou ista, eu sou ego / Eu sou egoísta.” Pois é, meu amigo ou minha amiga. Eu sou egoísta. E logo adianto que não sou “Raulseixista”.
Podem falar de mim o que quiserem, que escrevo coisas sem nexo, que só falo de sexo. Mas o que me deixa mais perplexo. Sem sequer um acento circunflexo. É perceber a burrica, a preguiça, e a vontade de pensar dos trogloditas, especialmente os esquerdistas, em compreender coisas tão simples, como a diferença entre Individualismo e Egoísmo. Mas não culpo as bestas quadradas, redondas e triangulares por seus pensamentos singulares, angulares, dicotômicos e pouco harmônicos. Burros não tem culpa de assim serem. Será? E pouco me importa. Se a tal da Inês é morta, mais me incomoda a análise frívola, fria e estúpida, que se faz de qualquer coisa hoje em dia. Por preguiça ou covardia.
Que coisa mais chata, mas sem sentido, analisar letras de músicas, livros, discos, pinturas, sob a ótica moderna, sempre com a lente torta e quadrada do tal infame Politicamente Correto, braço a(r)mado da Esquerda Mundial, que um dia foi conhecido como Censura. Vão matando as palavras, engessando pensamentos, mudando o sentido de palavras para um que lhes interessa. E assim criando a maior espécie de censura que existe, que é aquela que vai cortando, cortando, proibindo, prendendo e matando, até que o próprio cérebro, agindo por preservação, acaba criando um bloqueio, apagando palavras, termos, expressões. Até chegar ao ponto em que a simples lembrança de uma palavra causa calafrios a um antigo pensador. Está assim completa a Ditadura do Pensamento.
Comecei o texto falando em etimologia, mas acabei despencando para a ideologia, mas faz parte da mesma arte, que é a de conquistar. O tal do dividir para. Porque quando se muda, por interesse e não pela tal evolução natural da língua, seu sentido, subvertendo e denegrindo (ah, eu não poderia usar palavra melhor para explicar. Confesso que até eu me considerei genial ao lembrar dessa palavra, já que as redações de jornal, palcos de televisão e outros shows cretinos e hipócritas são hoje proibidos de usar essa palavra por ser “racista”. Tal e qual “esclarecer”. É, lembram que eu falei sobre burrice e preguiça uns parágrafos atrás, mas aqui, deixando esse parêntese bem mais longo do que eu gostaria, mas nesse caso nem é isso, é má intenção mesmo. Ou melhor: Ditadura).
Então agora pense comigo, nobre criatura, que ainda me atura: cada palavra que tem seu sentido estuprado, modificado, ou que seja proibida ou retirada, como disse Joe, a Ninfomaníaca, é um tijolo que cai na tal democracia. E como ela mesma diz, querem resolver o problema removendo palavras. E a gente sabe como isso acaba. Ou ao menos quem pensa, sabe que a recompensa nesse caso não compensa. Orwell já previu isso há muito tempo, e dizia que a redução da quantidade de palavras paulatinamente reduz a capacidade de pensamento. E assim surgiu a Novilíngua. A continuação de “1984” possivelmente mostrasse a sociedade humana dizendo apenas “uga, uga, o blesk blom, krig ha bandolo, ou coisas assim. Nenhuma sociedade resiste à falta da liberdade de pensamento e expressão.
Os que comandam sabem disso, e resolveram agir, através do medo — remember pandemics — , depois chamando de qualquer manifestação contrária aos interesses do estabilshment esquerdista mundial, como “fake news”, calando e condenando à prisão, qualquer potencial criminoso por “crimidéia”.
Estou aqui escrevendo, vendo e prevendo, que talvez por uma palavra considerada errada, pelo julgamento de algum Juiz, de Quinta Instância, de alguma balneária instância, por alguma circunstância, me considere um infrator. E mande para cima de mim, feito um trator, algum dos membros da Guarda Pretoriana, e que me jogue no fundo de uma cela, sem respeitar nenhum meu direito, como cidadão e sujeito, eleitor de prefeito, e sem nada de fato ter feito, para justificar.
Rui Barbosa já falou sobre o perigo da Ditadura do Judiciário, que seria pior que qualquer outra, então não vou me dedicar a abdicar de meu trono sagrado de Rei da Reclamação, para explicar. Até meu mote ao começar foi falar sobre etimologia, não sobre a nefanda ideologia, e uma hemorragia, que ainda está longe de cessar.
E agora, de novo citando Raul, o Seixas, não o outro, saído do meu escroto, e que é apenas caldo de esgoto: “Eu quero é ter tentação no caminho / Pois o homem é o exercício que faz.” E sim, sempre fiz meus exercícios, cumpri bravamente meus ofícios, sem nunca deixar as tentações de mim mesmo afastar.
Sei que noventa e nove vírgula nove por cento, talvez até mais, das pessoas que conheço, nunca leram nem lerão o que escrevo, mas na mesma régua com que me medem eu mesmo, e digo que a essa mesma porcentagem eu nada, absolutamente nada, eu devo. Então, caros e caras, porque não me são baratas, amigos e amigas, não me leiam. E, creiam, aprendei a não me importar. E tenho agora meu jeito rude de me comportar. Cagando para qualquer um que não possa comigo se importar.
Como disse a Rand, e foi daí que tirei meu conceito de liberdade: “Não pedir nada, não esperar nada, não depender de nada”. Pois é assim. Sei que é difícil atingir tal estágio, por isso a liberdade é tão preciosa e dever estar sempre acima que qualquer busca, objetivo, prática, pensamento, humanos. Mesmo que disso não nos demos conta. Na maioria das vezes é mais cômodo ser escravo do que ser livre, podem acreditar. Ser livre dá trabalho, ser escravo é menos cansativo. E causa menos problema.
E de novo venho eu, tentando retomar o mote inicial, que era falar de etimologia, porque o me ensejou justamente a escrever, foi falar da origem e diferença entre o que agora chamam de fascista, de comunista e de nazista. Sendo que qualquer um, apesar do linguista, que certamente irá me chamar de algum ista, me xingar de nomes que nem consigo pronunciar, por eu não ser (de)formado por nenhuma FaculdadeDeLetrasDoCampusDaUsp, nem ter morado no Crusp, um mero pé de chinelo — pior que isso um pés sujos —, que não sabe a diferença entre Karl e Groucho, mas que acha os dois muito engraçados.
Vou voltar a falar de Raul Seixas, Aynd Rand, Egoísmo, Individualismo, e até mesmo de Altruísmo e de Coletivismo. E aí, como ele quero saber: “Você me pergunta aonde eu quero chegar, se há tantos caminhos na vida e pouca esperança no ar”. Eu não quero chegar a nenhum lugar. Já cheguei bem antes de sair, porque sempre quis estar onde estou: dentro de mim mesmo. E lutar pela “menor minoria da Terra”, que sou eu mesmo. Quis chegar a mim, e foi um longo caminho que percorri, podem acreditar. Foi árduo, pedregoso, perigoso, o caminho que tive que percorrer. Até um dia me ocorrer, que não há para onde correr, porque o unico destino é ser para mim mesmo, o que por mim posso ser.
Hoje não meço palavras, não me importo com importâncias, não valorizo o preço. Apenas sei o tamanho da minha própria liberdade, medida pela minha própria régua, e pago apenas, e a um justo preço, a quem me dá valor. Não compro à prazo, pago à vista. Transformo qualquer conversa numa mútua entrevista. E mesmo que alguém insista, não gosto de ser chamado de artista, porque desde adolescente eu fui um arquivista, orgulhoso por guardar pedaços de papel, lembranças, documentos, esperanças, e quaisquer coisas importantes, que poderiam um dia algo valer. E mesmo que hoje nada valha o que arquivei, nos bancos de memória que pela idade hoje falham e se confundam, considero que valeu arquivar.
Repito novamente Raulzito: “Eu sou estrela no abismo do espaço / O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço”. Ele mesmo que replicou o Bruxo Inglês, dizendo que “cada homem e cada mulher é uma estrela”. Sei apenas que nesse universo, que buscamos em prosa e verso, existe o lado inverso, que pode ser bom ou perverso, e “Eu vou sempre avante no nada infinito / Flamejando meu rock, o meu grito”, mas não vou de guitarra na mão, que não sei nem tocar campainha. Vou mesmo é de pau em riste. E alma triste. Por saber que no mundo ainda existe. Quem insiste em acreditar. Em mentiras deslavadas. Levadas como se fossem um “sonho que se sonha junto”, como realidade, mas que na verdade, não existe sonho coletivo, porque — me desculpe Raul — sonhar é tão individual como viver. Ninguém vive por ninguém. E ninguém morre por alguém. Tão simples e complexo também.
Eu nunca fui um astro do Rock, nem ator, escritor, cantor, ou qualquer outra forma de artista, como hoje se chama, qualquer vadia de pijama, que aparece na televisão. Francamente eu tinha bala na agulha para ter sido famoso. Mas parece-me que eu e essa tal de fama, uma deliciosa dama, nunca um pelo outro tivemos tesão. E assim ficamos, eu e ela, separados por uma imensa janela, cada um olhando o outro por um vidro embaçado. E era até engraçado eu olhando para ela. E arrancando remela, do canto do meu olho. Enquanto ela, a tal que fingia que eu era indigente, agia diferente com quem lhe dava presente. Que podia ser dinheiro, o rabo companheiro ou uma chupada no banheiro. — Lembrei da frase da vovó: “cria fama e deita na cama”, algo bem sintomático para os tempos de outrora. Ou seria para os de agora?
Ah, mas como eu sou prolixo… Começo a falar de crucifixo e termino falando de sufixo, do preço fixo, ou sei lá que mais. Esqueço dos substantivos e dos adjetivos. Lembro dos mortos e esqueço dos vivos. Sei que tem advérbios, subjuntivos e outros “ivos”, que vão muito além da minha vã filosofia, e da minha anã simbologia. Ou seria semiologia? Não sei, apenas que pensei em escreveu uma coisa curta, sem pretensão culta sobre a relação de Raul, aquele tal Seixas, com Rand, a tal Ayn, por suas analogias às várias ideologias. E agora comparo: “Meu egoísmo é tão egoísta que o auge do meu egoísmo é querer ajudar.” com “Não se sacrifique por ninguém e muito menos espere que alguém se sacrifique por você.” Quem bebeu bebeu, quem não bebeu não bebe mais, assim disse Zarathustra. É claro!
Ah, mas falemos de ismos novamente, porque Altruísmo é o estandarte do cinismo, e como foi construído por Diógenes o Cão, mas como foi empregado, deturpado, pelo novilinguismo. Altruísmo, não por acaso rima como comunismo — claro que até com capitalismo e qualquer outro ismo —, mas aqui vale o latismo (isso existe?). Então passemos ao academicismo: “Altruísmo: sentimento de quem põe o interesse alheio acima do seu próprio; Egoísmo: amor excessivo ao bem próprio, sem atenção aos interesses alheios; Individualismo: 1. Existência individual. 2. Sentimento ou conduta egocêntrica.” Analise, meu caro ou minha cara, o sentido de cada um, e chegue à sua própria conclusão, pois não serei eu, apenas mero pés sujos, a lhe conduzir à conclusão. Isso seria uma absurda intrusão.
Agora, conheço a semântica e a etimologia, passemos a considerar a definição de empatia e cortesia, que muito têm a ver com tudo que batemos até agora: “Empatia: capacidade de identificar-se totalmente com o outro; Cortês: que tem ou denota cortesia; amável, delicado, gentil.” Oras, oras, oras, quando temos empatia, entendemos naturalmente a verdadeira necessidade do outro, já que para que tal ocorra é necessário conhecermos o outro o suficiente para compreendê-lo e decidirmos como seres naturalmente egocêntricos, atendendo suas necessidades. Agora a porra do altruísmo, por sua vez, é motivado pela piedade ou pelas obrigações, e assim sacrificamos nosso desejo para que possamos “aliviar” nosso ego das obrigações de sermos bons e úteis. Na maioria das vezes, ser altruísta é como ajudar a borboleta a sair do seu casulo, coisa que poderá prejudicar o processo que ela deve passar, podendo até matar o animal. Creio que entendem a metáfora. Agora, a cortesia é a “estética social” que adquirimos de forma natural. Enfim, ser egoísta não é se recusar a pegar um objeto de um colega que caiu, mas desde que não haja interesse nisso. Ambos, altruísmo e egoísmo, são formas de individualismo. A diferença é que o primeiro é um egoísmo nocivo, que sacia nossa necessidade de nos sentirmos úteis, sem sequer haver empatia entre as partes. E tenho dito.
Retomo a filosofia “Raulseixista”, que para começo de conversa se era algum “ista” era hedonista: “Se você acha que tem pouca sorte /
Se lhe preocupa a doença ou a morte”, e segue o enredo de Inferno, Deus e o Mal, uma ladainha sem açúcar nem sal, que não leva a nada, senão a me dar sono. E agora posso até escutar, os istas dos ismos berrarem: “Não seja um herege, Raul foi um Deus”. No que eu respondo: um deus dos pigmeus. De cérebro emaconhado. Não fiquem bravos comigo, mas a passeata de Agosto, me dá desgosto de viver. Parece o clip de “Thriller”: zumbis de cavanhaque e bigode — até mulheres — bebendo vinho de dez mangos e cantando “Maluco Beleza” na Praça da Sé. Dá dó.
“O que eu como a prato pleno, bem pode ser o seu veneno, mas como vai você saber sem tentar?” Então, baby my love, você não me comove, com essa história: quer comer come, não quer, morra de fome. Sou do tipo mais prático, e com certeza menos dramático: “a guerra é produto da paz”, e para mim tanto fez quanto faz, porque quem não é meramente capaz, de prover sua própria comida, tem que morrer de fome na beira da piscina, que o dono da oficina, a despeito da própria sina construiu. E se assim você me acha um “fascista mista, simplista ou antissocialista”, ah, minha moça e meu rapaz, “Eu admito, você tá na pista”. E mesmo que você insista, meu caro comunista, que eu sei “quer em sua vida é só paz, muitas doçuras, seu nome em cartaz, e fica arretado se o açúcar demora, chora, reza, pede e implora”, eu apenas lhe digo sem demora, e “Porque não, porque não, porque não” , que “o mais puro gosto do mel é apenas defeito do fel”. E à despeito de mel, fel e bordel, o mundo em que estamos, e que muitos de nós detestamos, foi o que conquistamos.
Não sei se Raul, o tal Seixas leu Ayn Rand, mas é até possível, porque como se sabe ele era bem letrado, e lia vários filósofos, mas decerto leu Nietszche. E para mim, desde que entendi a diferença clara e crucial entre Egoísmo e Individualismo, percebi que o que ele fala em “Eu Sou Egoísta” é sobre ser um Individualista: “O que eu como a prato pleno, bem pode ser o seu veneno”. E creio também que o Bruxo sabia muito bem essa diferença, e só não usou a palavra porque ela é bem mais longa e ficaria difícil de encaixar. Tente cantar — eu já fiz isso — “Eu sou indu… Eu sou individualista…”
Tanto quanto Raul, Rand e outros erres e enes, além de mim mesmo, deixando bem claro, compreenderam a diferença clara e brutal entre as duas palavras. Um deles foi o falecido psicanalista Flávio Gikovate, que diz, num texto memorável publicado já no século vinte e um: “O egoísta não pode ser individualista porque ele tem que ser favorável à vida em grupo já que não tem competência para gerar tudo aquilo que necessita. É do grupo – ou de algumas pessoas pertencentes ao grupo – que irá extrair benefícios.” Eu sempre recorro a esse texto quando quero provar num debate que as duas coisas são tão absurdamente diferentes, e não consigo entender como as pessoas confundem as duas palavras. Ele conclui: “Reafirmo minha convicção que o individualismo corresponde ao atingimento da maturidade emocional, condição indispensável para o estabelecimento de relações afetivas de qualidade e também o surgimento de um efetivo avanço moral entre nós.” Precisa algo mais claro que isso?
Entendo, no entanto a confusão, pois ao longo dos tempos, especialmente pelos canhotos, a palavra Egoísta passou a ser “confundida” com Individualista propositalmente, com o claro propósito de desqualificar conservadores e direitistas, que se identificam com o Individualismo. Como o esquerdismo tem no coletivismo sua base apelativa, é fácil fazer a associação. Daí para a massa (digo, o coletivo) entende que é tudo a mesma coisa. Rand, no entanto alfinetava muito bem isso ao afirmar que: “A menor minoria na Terra é o indivíduo. Aqueles que negam os direitos individuais não podem se dizer defensores das minorias.” Um claro chute nos bagos ou ovários dos falsos defensores de minorias.
Reforçando a tese que sempre endosso, de que o cristianismo é uma das principais bases políticas, ou ao menos se confunde com as pregações religiosas do comuno-socialismo, na “Bíblia Sagrada” é dito que: “O individualista, que faz tudo sempre sozinho, é um egoísta, que recusa toda a espécie de conselhos.” (Provérbios 18.1). Além desse há dezenas de outros versículos que condenam o individualismo, sempre tratando-o como o Mal Encarnado, sempre confundido como egoísmo, como por exemplo: “Contudo, se vocês abrigam no coração inveja amarga e ambição egoísta, não se gloriem disso nem neguem a verdade.! (Tiago 3:14)
Dentro dessa cadeia hereditária, encontramos o altruísmo tratado como sinal de virtude, tanto pelo Cristianismo como pelo Comuno-socialismo, mas que na prática é somente uma falácia, porque é contra a própria essência do ser humano, que é naturalmente um individualista. Basta perceber um bebê, uma criança pequena, que pensa apenas nos seus próprios interesses, mas depois é “educada”, para ser altruísta, porque a maioria das pessoas, pais, mães, já foram doutrinadas que é com e correto, dividir suas coisas com os outros. E assim se vive e cresce achando que só existem dois lados de tudo, o bom ou o bem, que vem trajado de altruísta ou coletivista, e o mau ou mal, vestido de individualista ou egoísta. Ayn Rand é cruel contra o altruísmo: “Todo grande horror da história foi cometido em nome de um motivo altruísta. Algum ato de egoísmo já se igualou à carnificina perpetrada pelos discípulos do altruísmo?”. E ela tem razão ao fazer essa afirmação, já que isso é a mais pura hipocrisia, porque o altruísta é na prática apenas um mórbido egoísta que pratica seus atos apenas para uso e proveito próprios. Sou capaz de ver a imagem de alguém ajudando alguém e depois olhando para o Céu e dizendo: “Olha aí, ô Deus, anota aí o que eu acabei de fazer. Não esquece de me devolver”. Um tolo hipócrita.
Agora escuto ao longe Ayn Rand e Raul Seixas, com Sócrates, Diógenes o Cão e Nietzsche observando, falando do individualismo, e confabulando sobre a indecência do socialismo anti-humano, desumano. E esqueci de lembrar que Schopen o Hauer chegou e mandou lembranças, e todas as falsas esperanças tomar no olho do cu, de quem ficou lendo as merdas, que este escritor, pensador sem prestígio, danado em litígio, resolveu escrever, apenas para constar o que pensar, sem nunca nem prestar atenção. E nem requerer, mesmo sem querer, a intenção de ser lido. A não ser depois de vinte anos depois de ter morrido. E ter ido, por ter sido, apenas um pensador nunca reconhecido.
E eu, apenas um poeta escritor ateu, que queria apenas falar sobre a etimologia de egoísta, individualista, acabei falando até do frentista, mas sei que falei à zero vírgula zero vírgula um da escala, o que significa nada ou zero menos um, mas aceito minha condição de anarquista do anarquismo, estragador do conservadorismo, endireitador do esquerdismo, e qualquer “or” contra o “ismo”, que cumpri a minha obrigação, não contigo, mas comigo, de ser o que sou, apesar de qualquer “ismoista”, que algum porco artista irmão do cientista do cismo do catecismo.
E termino como o fundador da seita ideológica do Seixismo e único Seixista do mundo, segundo o mesmo dizia: “Por que não? Porque não! Por que não? Porque não! Por que não? Porque não! Por que não?”
12/05/2024, Dia das Mães
Eu Sou Egoísta
Raul Seixas
Se você acha que tem pouca sorte
Se lhe preocupa a doença ou a morte
Se você sente receio do inferno
Do fogo eterno, de Deus, do mal
Eu sou estrela no abismo do espaço
O que eu quero é o que eu penso e o que eu faço
Onde eu tô não há bicho-papão, não, não
Eu vou sempre avante no nada infinito
Flamejando meu rock, o meu grito
Minha espada é a guitarra na mão
Se o que você quer em sua vida é só paz
Muitas doçuras, seu nome em cartaz
E fica arretado se o açúcar demora
E você chora, cê reza, cê pede, implora
Enquanto eu provo sempre o vinagre e o vinho
Eu quero é ter tentação no caminho
Pois o homem é o exercício que faz
Eu sei
Sei que o mais puro gosto do mel
É apenas defeito no fel
E que a guerra é produto da paz
O que eu como a prato pleno
Bem pode ser o seu veneno
Mas como vai você saber sem tentar?
Se você acha o que eu digo fascista
Mista, simplista ou antissocialista
Eu admito, você tá na pista
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou ista, eu sou ego
Eu sou egoísta, eu sou
Eu sou egoísta, eu sou
Eu sou egoísta, eu sou
Eu sou
Por que não?
Porque não!
Por que não?
Porque não!
Por que não?
Porque não!
Por que não?
Fonte : Barata Verso
Autor : Barata Cichetto
Contato: (16)99248-0091