Wild Hunt celebra a cosmologia indígena brasileira no single e lyric video de "Dilúvio

Inspirada no mito tupinambá do dilúvio, registrado por Alberto Mussa no livro "Meu Destino É Ser Onça"

Wild Hunt celebra a cosmologia indígena brasileira no single e lyric video de "Dilúvio
Wild Hunt celebra a cosmologia indígena brasileira no single e lyric video de "Dilúvio (Foto: Reprodução)

A banda brasiliense Wild Hunt lançou seu novo single e lyric video, "Dilúvio", que antecipa a estreia de seu terceiro álbum completo de estúdio, marcando o início de um novo ciclo da banda, que aprofunda ainda mais sua fusão entre o metal extremo, melodias épicas e narrativas inspiradas nas raízes ancestrais brasileiras. O lançamento também apresenta a sonoridade e o conceito que irão nortear o próximo disco, centrado na resistência indígena à colonização portuguesa.

Inspirada no mito tupinambá do dilúvio, registrado por Alberto Mussa no livro "Meu Destino É Ser Onça", a partir de relatos indígenas e crônicas do século XVI, a música revive uma das grandes narrativas de origem dos povos do litoral brasileiro. Nesse mito, uma inundação catastrófica é desencadeada por Tamanduaré, filho da divindade Maíra, após um conflito com seu irmão Guaricuité. A enchente destrói o mundo e apenas os dois sobrevivem, refugiando-se no topo de árvores. Quando a vida recomeça, cada irmão torna-se ancestral de um povo distinto: os Tupinambá e os Tobajara. Essa separação explica a rivalidade tradicional entre os grupos e a lógica da vingança sagrada que organizava a vida em Pindorama, nome dado pelos povos tupi à "terra das palmeiras", como era conhecido o território que hoje chamamos de Brasil antes da colonização. Em "Dilúvio", a Wild Hunt traduz essa narrativa para uma atmosfera feroz e profundamente ritualística, conectando paganismo, história e cultura indígena por meio de um olhar da mitologia que busca valorizar a mitologia sul-americana dentro do metal.

Promovendo uma fusão de Black, Thrash e Heavy Metal com melodias de inspiração épica e folclórica, a Wild Hunt construiu uma identidade própria ao tratar fantasia, mitologia e história sob a perspectiva do passado ancestral brasileiro, criando uma estética descrita como "borduna e feitiçaria", uma adaptação sul-americana do tradicional "sword and sorcery". Entre suas referências estão Skyclad, Cruachan, Bathory, Grave Digger, Celtic Frost, Immortal, Coroner, Hollenthon, Borknagar, Suidakra e Adorned Brood, além do rock psicodélico brasileiro dos anos 1970 e da música nacional em geral. O nome da banda remete ao antigo mito europeu da "Caçada Selvagem", presente em várias culturas e eternizado na capa de "Blood Fire Death", do Bathory, uma das influências fundamentais do grupo.

A Wild Hunt foi criada por Fábio Laporte em 2008, em Aracaju-SE, e lançada oficialmente apenas em 2018, já em Brasília, com o EP "Awakening of the Wild Spirits", obra inspirada na HQ "Sláine". Em 2021, já como duo com Josaphar Chrisóstomo, a banda lançou "Hy Breasail", que imaginava um Brasil mítico influenciado pelo folclore celta e pela viagem lendária de São Brandão. Com a consolidação de sua formação completa, a banda se apresentou em grandes festivais como Fest Rock Brasília 2024 e as seletivas do Porão do Rock 2025, alicerçando seu nome em definitivo no cenário nacional.

Atualmente em preparação para o álbum "Enthroned Serigy", a banda propõe uma abordagem de paganismo brasileiro que mira as mitologias, guerras, valores e histórias sul-americanas, muitas vezes esquecidas dentro do metal. A Wild Hunt defende que nossa cultura é tão grandiosa, feroz e inspiradora quanto qualquer saga europeia, e que olhar para o próprio continente amplia o repertório simbólico do metal contemporâneo.

A atual formação da Wild Hunt conta com Fábio Laporte nos vocais e flauta transversal, Addam Lopes no baixo e backing vocals, Josaphar Chrisóstomo na guitarra e Renan Costa na bateria.

"Dilúvio" foi gravado no Estúdio Hangar 408 por Arthur Oliveira e mixado por Caio Cortonesi. O lyric video é assinado por Marcelo Almeida (Spectral Studio), responsável também pelas capas dos dois primeiros discos da banda, enquanto a arte do single e todo o conceito visual do álbum ficaram a cargo de Erick Lucas (Elfarts).

Saiba mais sobre a Wild Hunt e acompanhe todas as suas novidades, lançamentos e agenda de shows em @wildhuntmetal no Instagram, ou por meio de sua Assessoria de Imprensa, Hell Yeah Music Company.

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