Quarteto cearense lança EP "Caramelo" que une rock e poesia para retratar dramas do cotidiano
Entre influências do grunge e da música brasileira, a banda canta em português e encara o real com emoção crua

Após longo hiato, o quarteto cearense Canil está de volta com o lançamento do novo EP "Caramelo" que se encontra disponível em todas as plataformas de streaming. Nesta nova fase, a banda lança o EP com 4 músicas inéditas acompanhadas por videoclipes. Como o título pode sugerir, "Caramelo" encontra inspiração em experiências da vida comum brasileira, as quais, no entanto, são abordadas por uma perspectiva emocional e introspectiva. O trabalho possui arranjos pesados, porém suaves e letras diretas, apesar de profundas. As faixas "Faile (Fevereiro)", "Da Estrada", "Cem" e "Esqueça" retratam dramas brasileiros sob uma ótica intimista e sentimental.
Escute "Caramelo":
Depois de um longo hiato, como foi o processo de retomada e reconexão entre vocês para criar Caramelo?
Foi um período complicado... perdas pessoais, excesso de trabalho, etc. Mas, apesar de parecer que a gente estava parado, não estávamos. Montamos um home studio do zero, gravamos o Caramelo e ensaiamos músicas suficientes pra mais um EP.
Cada faixa tem uma carga emocional forte. Existe alguma que vocês consideram mais representativa desse novo momento da banda?
É difícil dizer, são todas representativas por perspectivas diferentes. Mas é engraçado que, como não lançavam nada desde 2020, as músicas lançadas agora já foram compostas há muito tempo. Acredito que o som que mais nos representa nesse momento está pra sair em breve.
Vocês são influenciados por nomes do grunge internacional, mas optam por cantar em português. Por que essa escolha e o que ela representa para vocês artisticamente?
Na verdade, é algo tão natural que nem acho que seja uma escolha. A gente também é muito influenciado pelos compositores e intérpretes brasileiros... Chico Buarque, Edu Lobo, Elis, etc. Acho que quanto menos barreiras houver entre as letras das músicas e a emoção crua que a gente quer comunicar, melhor. Para nós, é mais fácil fazer isso em português.
Como foi trabalhar com Moisés Veloso na produção e mixagem? De que forma ele influenciou o som final do EP?
O Moisés é um grande amigo, é sempre bom trabalhar com ele. Desde que a gente se conheceu, ele nos ensinou muito sobre mixagem e produção musical. Como, no caso do Caramelo, a gente já entrou no estúdio pra gravar com a produção musical praticamente fechada, a grande influência dele além da captação foi facilitar nossa chegada aos melhores timbres para cada música, principalmente os de guitarra.
Vocês mesmos fizeram a masterização do trabalho. Qual foi o maior desafio e a maior vantagem de assumir esse controle técnico da obra?
Acho que a liberdade de masterizar no tempo e do modo como a banda prefere faz valer a pena assumir essa responsabilidade. A gente reconhece que pode ser uma masterização imatura pelo fato de ser a primeira, mas tudo é aprendizado. De qualquer modo, recebemos algumas orientações dos nossos amigos Moisés e Klaus Sena, uma ajuda preciosa pela qual somos muito gratos.
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