BlüdRaven: Entrevista com o vocalista e fundador da banda, Lorenzo Marchetti
O embrião da BlüdRaven surgiu da inquietude criativa de Lorenzo Marchetti

A BlüdRaven acaba de lançar seu quarto single, "ICKY", e conversamos com o vocalista e fundador da banda, Lorenzo Marchetti, que compartilhou um pouco da trajetória do projeto, o momento atual e os planos para o futuro.
O embrião da BlüdRaven surgiu da inquietude criativa de Lorenzo Marchetti, natural de São José do Rio Preto-SP e radicado em Campinas-SP, onde viveu a infância e adolescência. Iniciado no piano aos 7 anos, Lorenzo se afastou da música por motivos pessoais, mas retomou sua conexão com a arte aos 14, por meio do canto. Foi durante os ensaios da banda de seu primo que teve o primeiro contato com o Heavy Metal — especialmente em suas vertentes mais extremas. Aos 17, de volta à cidade natal e encorajado por músicos da cena local, decidiu fundar sua própria banda.
Primeiramente, muito obrigado por conversar com a equipe da Rádio A.S. Brazil! A BlüdRaven acaba de lançar o single "ICKY", e percebemos que cada nova música traz nuances distintas, embora todas mantenham a identidade forte da banda. Como funciona o seu processo de composição? Há uma linha condutora ou você prefere deixar que cada canção siga seu próprio caminho?
Eu que agradeço pela oportunidade de conversar sobre música! Bom, se eu disser que tenho um processo claro, estaria mentindo. Tem vezes em que eu sento na frente do piano, começo a tocar e as ideias fluem. Outras vezes, eu tenho um fio condutor: uma melodia, um riff, uma progressão ou simplesmente uma frase. E tem momentos em que as músicas simplesmente surgem completas na minha cabeça — especialmente entre o sono e o despertar. É tão estranho que, às vezes, nem me sinto compositor.
"ICKY" tem uma sonoridade moderna, com elementos que talvez até se aproximem do pop em alguns momentos. Essa estética mais acessível surgiu de forma espontânea ou foi uma escolha deliberada para aproximar a banda de um público mais amplo?
Foi bem espontâneo, na verdade. Eu nem queria escrever! Seria muito mais fácil seguir o que funcionou nos singles anteriores, mas tenho muitas referências de outros estilos, ouço muita coisa... Numa madrugada, eu estava com a melodia do refrão na cabeça, grudou e não saía. Aproveitei para testar coisas diferentes: uma sonoridade mais moderna e até um jeito de cantar um pouco diferente.
No single anterior, que leva o nome da banda, a proposta foi quase o oposto: uma faixa épica, intensa, carregada de atmosferas grandiosas. Como você equilibra essas diferentes abordagens mantendo a essência da BlüdRaven sempre reconhecível?
Acredito que a parte fundamental continua a mesma: meus sentimentos, questionamentos, referências e experiências. A BlüdRaven foi pensada desde o início como um reflexo do que eu vejo no mundo — e também como uma forma de me conectar com pessoas diferentes, que encontram na música um ponto em comum. Enquanto eu me mantiver verdadeiro e alinhado a isso, será sempre uma música da BlüdRaven.
E o que você pode destacar sobre os dois primeiros singles da banda, "Broken Vows" e "Aerys"?
Broken Vows e Aerys são músicas da mesma época — eu tinha 16 anos — e surgiram da minha parceria com o Marcos Assis: meu primo, minha inspiração e um artista incrível. O primeiro álbum terá músicas ainda mais antigas, mas acredito que essas duas foram pontos-chave para a minha decisão de formar uma banda.
A BlüdRaven gira essencialmente em torno da sua figura, Lorenzo Marchetti. Você tem planos de expandir esse projeto para os palcos ou até transformá-lo em uma banda com formação completa no futuro?
Com certeza! A BlüdRaven já está nos palcos nas apresentações de piano e voz. Tocar ao vivo — com banda — talvez seja o que mais me move hoje. Montar uma formação oficial não é tão simples, mas estou cercado de grandes músicos e compositores, e acredito que a ligação entre as pessoas é o mais importante. Tenho a sorte de contar com um grande parceiro na BlüdRaven: o Guto Cardozo (Armiferum), que faz um trabalho impecável na produção e se tornou uma peça cada vez mais fundamental na organização das minhas ideias.
O nosso site valoriza e apoia o underground como uma força coletiva essencial para transformar e fortalecer o cenário musical. Gostaríamos de pedir que você indique cinco bandas do underground nacional que merecem a atenção dos nossos leitores.
Armiferum, Necrolatria, Scarnio, Terrorcult e Stratosphere Project.
Para encerrar, deixamos o espaço aberto para você deixar um recado especial aos fãs da BlüdRaven e aos leitores da Rádio A.S. Brazil.
Quero agradecer a vocês pelo espaço e ao público que vem se formando. Fico muito feliz em ver a BlüdRaven alcançando pessoas tão diferentes — unidas pelo gosto pelas músicas que escrevo. A BlüdRaven está voando cada vez mais alto e para lugares onde ainda não tinha chegado, especialmente com o single mais recente. Escute ICKY! Muito obrigado.
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