3043 DC

3043 DC

Em 3045, ele era conhecido em toda a galáxia – não por suas proezas heroicas, mas por sua habilidade inata de transformar qualquer tarefa simples em um espetáculo de desastres. Como entregador do Correio, ele tinha uma reputação que o precedia; as histórias de suas entregas desastradas eram lendárias.

Certo dia, recebeu um pacote sem remetente, apenas com um endereço de entrega em um sistema solar distante. “Simples”, pensou ele, ignorando o pressentimento de que aquela seria mais uma de suas aventuras caóticas.
A primeira pista de que algo estava errado veio quando seu carro voador, ao invés de subir, começou a cavar um buraco no meio da rua. “Ah, deve ser o novo modo ‘escavadeira’”, brincou, enquanto pedestres saltavam para longe do veículo descontrolado.

Com a ajuda de BIP-BOP, seu robô assistente que passava mais tempo consertando as trapalhadas do que ajudando nas entregas, ele finalmente decolou rumo ao espaço. Mas o universo parecia ter outros planos para ele.
Ao chegar no planeta de destino, descobriu que o pacote continha um dispositivo capaz de alterar a realidade e que ele havia ativado acidentalmente. De repente, ele se viu em uma corrida espacial onde as naves mais pareciam galinhas sem cabeça do que veículos estelares.

Entre perseguições frenéticas com piratas espaciais (que só queriam pedir direções) e encontros com alienígenas excêntricos (que insistiam em vender-lhe seguros de vida), ele e seus amigos tentavam desesperadamente desativar o dispositivo antes que causasse mais estragos.
Uma jovem gênio da tecnologia e única esperança de para não acabar preso em uma dimensão paralela onde todos tinham pés esquerdos, trabalhava incansavelmente para reverter os efeitos do dispositivo. Enquanto isso, ele enfrentava o vilão atrapalhado um ser cujos planos malignos eram tão confusos quanto uma receita escrita ao contrário.

No fim, após muitas reviravoltas e uma série de eventos improváveis (incluindo uma dança intergaláctica e um concurso de culinária com ingredientes alienígenas), conseguiu salvar o dia ou pelo menos não piorar as coisas.
O pacote foi entregue (embora no planeta errado), o universo foi salvo (mais ou menos), ele se tornou um herói (aos seus próprios olhos). E assim termina mais um capítulo nas aventuras cômicas do entregador mais atrapalhado do Correio Galáctico.

Com o dispositivo de alteração da realidade finalmente desativado, a ordem foi restaurada no universo – ou pelo menos o que passava por ordem no mundo dele. a jovem conseguiu reprogramar o dispositivo para que, em vez de causar caos, criasse espetáculos de luzes no céu, trazendo alegria aos habitantes dos planetas por onde passavam.
O vilão atrapalhado, após ser derrotado por ele (ou mais precisamente, tropeçar em seus próprios pés enquanto fugia), decidiu abandonar seus planos de dominação e abriu um café intergaláctico, onde servia as piores bebidas com os melhores sorrisos.

Ele, BIP-BOP e a jovem foram homenageados pelo Conselho Intergaláctico por sua bravura acidental. Embora ninguém pudesse realmente explicar como eles conseguiram salvar o dia, todos concordaram que o universo era um lugar mais seguro e definitivamente mais divertido com eles por perto.
Ao final das contas, percebeu que não precisava ser um herói tradicional para fazer a diferença. Suas trapalhadas tinham um jeito único de unir as pessoas (mesmo que fosse contra ele) e trazer sorrisos aos rostos cansados das viagens espaciais.
Assim, com seu carro voador agora funcionando corretamente (graças a jovem) e um robô assistente que finalmente aprendeu a prever as confusões do seu dono, Ele continuou suas entregas pelo Correio. Cada pacote entregue era uma nova aventura, cada destino uma nova chance para ser o herói atrapalhado que o universo não sabia que precisava.

Enquanto voava em direção ao pôr do sol estelar, sorria, sabendo que as melhores histórias vêm daqueles momentos imperfeitos e inesperados momentos que ele tinha de sobra.

Renato Pittas:

Contato: [email protected]

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