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A MÉTRICA E A GEOMETRIA.

A MÉTRICA E A GEOMETRIA.

Na cidade, onde as árvores sussurravam segredos aos ventos e as ruas eram pavimentadas com histórias antigas, vivia um homem. Ele era um estudioso de ciências, dedicado a desvendar os mistérios do mundo através da razão e do método. Contudo, em seu coração, ele abrigava uma curiosidade insaciável por algo além do tangível, algo que sua ciência não podia explicar.

A magia me parece agora,
não tão excepcional
diante da vã ciência
e daí; nós com isso?
meros serviçais…

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Certa noite, enquanto trabalhava em seu laboratório, um brilho estranho emanou de um antigo grimório que ele havia adquirido de um mercador itinerante. Curioso, ele abriu o livro e começou a ler. As palavras, escritas em uma língua esquecida, dançavam em sua mente como um feitiço.

Letra por letra,
palavra!
palavra por palavra.
Frase!

O ambiente ao seu redor começou a mudar. As paredes de pedra do laboratório se transformaram em uma floresta densa e vibrante. As árvores gigantescas, com folhas brilhantes como esmeraldas, pareciam sussurrar seu nome. Sentiu um frio na espinha, uma mistura de medo e excitação.

O resto é,
redundância…
vaidade redacional.

Um ser etéreo apareceu diante dele, com olhos que refletiam as estrelas e uma presença que emanava sabedoria e mistério. “Bem-vindo.” disse a figura com uma voz que ressoava como um eco nas profundezas da alma. “Você entrou no limiar entre a ciência e a magia. Aqui, as verdades de ambos se encontram e se entrelaçam.”

Então!, se façam,
Os versos!

Cinco, quatro e três,
acabou o verso!?
dois…outra vez!?!
Um!?

Ainda atordoado pela transformação ao seu redor, perguntou: “O que isso significa? O que devo fazer aqui?” A figura sorriu enigmaticamente. “Você deve aprender a ver além das limitações da sua ciência e reconhecer a magia que permeia tudo. Só então você entenderá a verdadeira essência do conhecimento.”

Olha de novo,
outra pessoa.
como nós, outros.
e, como imaginamos sê-lo-os.
…depois de apodrecer;

Passou dias, talvez semanas, naquele reino encantado, onde cada descoberta científica era acompanhada por um toque de magia. Ele aprendeu que a ciência e a magia não eram opostos, mas complementares, duas faces da mesma moeda. Quando finalmente retornou ao seu laboratório, ele não era mais o mesmo.

Dar aos vermes,
O motivo da celebração.

Agora via o mundo com novos olhos, reconhecendo a beleza e o mistério em cada detalhe. Compreendeu que a verdadeira sabedoria estava em aceitar e harmonizar as diferentes formas de conhecimento. Continuou seu trabalho científico, mas com um respeito renovado pela magia que ele antes desprezava.

We are another people!

E assim, se tornou uma ponte entre dois mundos, mostrando aos outros que a ciência e a magia podem coexistir e enriquecer nossas vidas de maneiras inimagináveis. A cidade, inspirada por sua jornada, floresceu em uma nova era de entendimento e maravilha, onde a magia não era mais vista como algo excepcional, mas como uma parte essencial do tecido da existência.
E o tempo passou, com ele se tornando uma lenda viva, um mestre em unir a ciência e a magia. Sua influência se espalhou pela cidade, inspirando jovens e velhos a explorarem os mistérios do universo com uma nova perspectiva.
Na biblioteca central, um grupo de aprendizes se reunia todas as tardes, ansiosos por ouvir as histórias e aprender com seus ensinamentos. Entre eles, destacava-se uma jovem, cujo brilho nos olhos revelava uma sede insaciável por conhecimento.

Ela perguntou um dia, “como podemos nós, que somos apenas meros serviçais da razão, alcançar a harmonia entre a ciência e a magia como você fez?”

Ele sorriu e olhou para os rostos ansiosos à sua frente. Eele começou, “a chave está em abrir seus corações e mentes para o desconhecido. A ciência nos ensina a questionar, a experimentar, a buscar provas. A magia, por outro lado, nos pede que confiemos no invisível, que sintamos o que não pode ser medido. Quando você consegue unir esses dois mundos, encontra o verdadeiro poder do conhecimento.”
Então os guiou em uma jornada prática, onde os aprendizes começaram a experimentar com poções e encantamentos, enquanto ao mesmo tempo anotavam suas observações e resultados, aplicando rigor científico a cada experiência mágica. Aos poucos, foram percebendo que a magia não era antítese da ciência, mas uma extensão dela, uma forma de entender o que ainda não podia ser explicado pelos métodos tradicionais.
As descobertas feitas por ele e seus aprendizes começaram a transformar a cidade. Novas tecnologias foram desenvolvidas, baseadas em princípios mágicos que antes eram considerados superstição. As plantações floresceram como nunca antes, graças a rituais que promoviam o crescimento das colheitas. As curas para doenças, antes inatingíveis, agora eram encontradas em poções e feitiços combinados com medicina avançada.

A cidade se tornou um farol de esperança e inovação, atraindo sábios, magos, cientistas e curiosos de todas as partes do mundo. Todos queriam ver com seus próprios olhos a mágica ciência e aprender os segredos que ele e seus aprendizes estavam desvendando.
Certa noite, enquanto observava as estrelas do alto de uma colina, ela se aproximou dele. “Sinto que estamos apenas no começo de nossa jornada,” disse. “O que mais podemos descobrir?”

Ele olhou para o céu estrelado, um sorriso sereno no rosto. “As possibilidades são infinitas. Sempre haverá mais para explorar, mais para entender. A verdadeira magia está na busca constante, no nunca se contentar com o que já sabemos. Sempre há um novo mistério à espera, uma nova fronteira a ser cruzada.”

E assim, a busca pelo conhecimento continuou, impulsionada pela fusão da ciência e da magia. Ele e seus aprendizes abriram os olhos do mundo para a ideia de que o verdadeiro poder reside na união das diversas formas de entendimento, e que a verdadeira sabedoria está em nunca parar de aprender.

E, enquanto a cidade prosperava e evoluía, os ecos das palavras dele ressoavam nos corações de todos:

Letra por letra,
palavra!
palavra por palavra.
Frase!

E a busca pelo conhecimento, a magia e a ciência, continuava, um verso de cada vez, construindo um mundo onde tudo era possível.

Os anos passaram e a cidade floresceu como um local de maravilhas, um farol de inovação e harmonia. Ele, agora um ancião venerado, via os frutos de seu trabalho espalhados por todo o mundo. As pessoas de todas as nações vinham a cidade para aprender e se inspirar.

Ela, tendo se tornado uma sábia em seu próprio direito, liderava os aprendizes com a mesma paixão e curiosidade que ele havia incutido nela. E, junto com seus colegas, continuava a explorar as fronteiras do conhecimento, sempre buscando novas formas de unir a ciência e a magia.

Ele, sentindo o peso dos anos, decidiu que era hora de passar o bastão. Em uma cerimônia solene no centro da cidade, ele entregou seu grimório a ela, simbolizando a passagem do conhecimento e da responsabilidade.

“Use isso sabiamente,” disse ele, com um sorriso. “Lembre-se, a verdadeira magia está na busca constante pelo entendimento e na abertura para o desconhecido.”

Ela, com lágrimas nos olhos, prometeu honrar seu legado. E assim, se retirou para uma vida de tranquilidade, sabendo que o futuro estava em boas mãos.

No crepúsculo de sua vida, enquanto observava o pôr do sol sobre as colinas, refletia sobre sua jornada. Ele havia começado como um cético, preso aos limites da ciência, mas ao abrir seu coração para a magia, ele encontrou uma verdade mais profunda e universal. Compreendeu que a essência do conhecimento estava na aceitação da dualidade do universo – onde ciência e magia, razão e mistério, coexistem em uma dança eterna.

Olha de novo,
outra pessoa.
como nós, outros.
e, como imaginamos sê-lo-os.
…depois de apodrecer;

Dar aos vermes,
O motivo da celebração.

We are another people!

E assim, a história dele perdurou, inspirando gerações a buscar sempre mais, a nunca se contentar com o conhecido, e a celebrar a união das diferenças. A cidade continuou a crescer e evoluir, um testemunho vivo de que, quando abraçamos todas as formas de entendimento, criamos um mundo verdadeiramente mágico.

E na quietude de sua casa, cercado pelos livros e instrumentos que marcaram sua vida, sorriu uma última vez, satisfeito por ter cumprido sua missão. A cidade prosperaria, e com ela, a esperança de um futuro onde a ciência e a magia caminham juntas, guiando a humanidade para novos horizontes.

E assim, a história dele tornou-se uma saga eterna, lembrada em contos e canções, um lembrete de que o verdadeiro poder reside na busca incessante pelo conhecimento e na capacidade de ver além do óbvio, reconhecendo a magia que existe em todos os aspectos da vida.

Renato Pittas   

Contato:[email protected]

https://sara-evil.blogspot.com

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