à Toa

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Nas profundezas de um palácio, onde o ouro e o mármore se entrelaçam em um abraço eterno, o jovem historiador se depara com um manuscrito encadernado em couro, suas páginas amareladas pelo tempo. O texto, escrito em uma caligrafia elegante e sinuosa, fala de um mundo além dos espelhos, onde cada alma tem sua réplica, cada destino seu reflexo.
Movido pela curiosidade e pelo desejo de desvendar os mistérios da existência humana, se vê tragado por uma realidade onde os palácios são sombras e os espelhos, portais. Neste mundo paralelo, ele encontra sua contraparte, um homem que compartilha seu rosto mas não sua história.

A cada encontro com os habitantes deste universo espelhado, confronta as dualidades que tecem o tecido da vida: alegria e tristeza dançam em um baile barroco; amor e ódio se entrelaçam como amantes proibidos; fé e dúvida sussurram segredos nas capelas silenciosas.
Com a ajuda de uma misteriosa mulher que parece conhecer os caminhos entre os mundos, busca harmonizar as dualidades dentro de si. Ela o guia através de labirintos de reflexões, onde cada espelho revela uma faceta diferente da verdade.

Ao decifrar os enigmas do manuscrito, aprende que a harmonia não reside na anulação das diferenças, mas na aceitação da complexidade. Com essa revelação, ele retorna ao seu mundo, os olhos agora capazes de ver a beleza na tapeçaria entrelaçada das dualidades humanas.
O palácio, com seus segredos e espelhos infinitos, permanece imutável. Mas ele, transformado pela jornada através do espelho, caminha pelas sombras douradas com uma nova compreensão do universo e de si mesmo.

Com o manuscrito agora compreendido, se torna um farol de sabedoria em seu próprio mundo. Compartilha as lições aprendidas, ensinando que cada pessoa carrega dentro de si um universo de dualidades, e que a verdadeira sabedoria está em abraçar essa multiplicidade.
Os espelhos do palácio, uma vez portais para um mundo desconhecido, tornam-se símbolos da jornada interior de cada um. Ele passa seus dias explorando as profundezas da alma humana, guiando outros em suas próprias descobertas.
E enquanto o sol se põe sobre o palácio, banhando suas paredes em um brilho dourado, sorri para seu reflexo. Sabe que a harmonia não é um destino a ser alcançado, mas uma dança contínua entre luz e sombra, razão e emoção, vida e morte.

Ele encontra paz na complexidade do ser, e o palácio permanece como um testemunho silencioso das infinitas possibilidades que residem além dos espelhos.

Renato Pittas:

Contato:[email protected]

https://sara-evil.blogspot.com

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