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Ainda em Honkong

Ainda em Honkong

Em uma metrópole agitada como HonKong, onde cada rua parecia pulsar com a vida de milhões, havia um homem. Ele era apenas mais um entre tantos, perdido no fluxo incessante de pessoas apressadas. No entanto, não estava à procura de um destino específico; ele queria apenas caminhar livremente, absorver o cenário e esquecer o olhar alheio.
Em meio às filas intermináveis de bancos e supermercados, ele observava as expressões ansiosas ao seu redor, notando como todos pareciam impacientes, presos em suas próprias bolhas de preocupação. Certo dia, enquanto esperava para ser atendido, ouviu uma conversa que o fez refletir. Não sabia ao certo se era uma crítica ou apenas um comentário trivial, mas isso desencadeou uma série de pensamentos sobre como cada um vivia em seu próprio universo, moldado por experiências únicas.

Começou a perceber a beleza na complexidade do caos ao seu redor. As ruas lotadas de Madureira, com pessoas se comprimindo para avançar, pareciam um reflexo da sua própria mente: um turbilhão de memórias, acertos e erros que o moldaram. Enquanto caminhava, lembranças de momentos dolorosos e de vitórias esquecidas surgiam, misturando-se com as imagens de rostos desconhecidos que passavam apressados.

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Via as ruas como um microcosmo da condição humana. Cada indivíduo era um mundo em si, cheio de histórias, medos e aspirações. E, apesar das dificuldades e dos engarrafamentos da vida, todos seguiam em frente, como os carros que buzinavam impacientes, em busca de um caminho melhor.

Decidiu que não importava quão apertadas fossem as calçadas ou quão complexa fosse a vida. Continuaria a caminhar, absorvendo cada detalhe, cada experiência, usando o caos ao seu redor como inspiração para viver plenamente, deixando as conversas alheias para depois. Afinal, cada passo em meio à multidão era uma oportunidade de se conectar, mesmo que de maneira efêmera, com o universo de outro ser humano.
Assim, encontrou sua paz, não no silêncio, mas no coração pulsante da cidade, onde cada rua, cada fila, cada momento de espera se transformava em um reflexo do próprio caos e beleza da vida.

Continuando a caminhada, sentiu-se mais leve. A cidade, antes apenas um cenário de pressa e caos, agora era um tapete de histórias entrelaçadas. Compreendeu que, assim como ele, todos ali buscavam algo — paz, felicidade, conexão. E no meio desse fluxo incessante, encontrou um novo propósito: apreciar o caos, aprender com cada interação, e perceber que, por mais diferentes que fossem, todos compartilhavam a mesma jornada de busca e crescimento.

Ao final do dia, parou para observar o pôr do sol, sua luz dourada refletindo nos prédios altos, e sorriu. Ele sabia que, apesar das filas e dos engarrafamentos, cada passo que dava o aproximava um pouco mais de si mesmo e dos outros. E, naquele momento, sentiu-se verdadeiramente livre.

Renato Pittas   

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