Aonde Deixei os Cotonetes?

Aonde Deixei os Cotonetes?

A manhã começa com um sol que, ao tocar minha pele, me lembra que cada dia é uma tela em branco, pronta para receber as cores dos meus pensamentos errantes. Aonde deixei os cotonetes????
Cada vez que olho para o sol, ele responde de forma diferente, como uma aquarela conversando com um linho amarelado, pronto para as expectativas de um amor florescente, sem mágoa, sem resíduos, apenas a transparência das águas que fluem das nascentes, no final da primavera.

De volta à casa, cruzando montanhas, transpondo fronteiras, lembro-me do rosto do último encantamento, perdido em timidez, sem saber o que dizer. O silêncio foi a melhor resposta, viver o momento de intensidade afetiva… Like that boys playin’ in a band! E eu aqui, desejando ao seu fantasma boas-vindas, meus olhos furta-cor refletindo o amor como uma vingança aos sonhos, verdes acinzentados… It’s fucking boring to death!

Os sentimentos vitorianos encontram a sexualidade pré-moderna de Freud, a leveza espiritual de Jung e a celebração humana de Reich. ORGASMATRON! O amor reafirma-se a cada instante, lágrimas lançadas ao vento como poeira em desertos pessoais, buscando cidades desertas no coração.
Pouco me importam identidades, se posso ser amplo, conter multidões e camaleonar-me sem ser o camaleão. Larga-tixa, larga d’euh! Qual é a língua certa para nosso canto de maledicência e desesperança? BE GREEN FOR A DAY! O texto volta à normalidade, caps unlock, e as rainhas do momento desistem, a noite revela o escuro de nossas profundidades, escondendo a clarividência do dia.
HEY! FEEL THE GRAVITY PULLS! Oramos por explicitação e entendimento, carregando o dia, descobrindo o que sempre escondemos de nossa compreensão. This growing pains… I get up, I get down! Vejo o sangue escorrer das feridas nas minhas pernas e compulsivamente aplico Bepantol para reidratar minhas tatuagens, revelando minha paixão pelos corantes, pela outra face da natureza… Above only skies…

Se quisermos, derretemos os céus! Buscando eternidades, perco-me no agora, preencho-me de agoras e esqueço de esquecer o passado. Fuck the media, a realidade é bem mais torta do que imaginamos… Mood for a day. Nada que a reposição de {Zn} não cure, ou Steve Howe.
Perdido nos olhos deles, procurando um motivo para revelar-lhes a indecência da morte e seus pecados traduzidos… pagão de mico, pagão de adoração, pagão de pagação. Estou pagando para ver… The heart is not of paper… Erros humanos nesta realidade, a bênção de Deus em nossas almas.

Há esperança! Anjos copulam diante dos meus olhos num ritual de celebração à vida, nas cores que tingem os amanheceres de nossa existência temporária, contradizendo a ideia de propriedade criada pela Revolução Industrial. O presente justifica-se pela sua ação convulsiva nas emoções.
Spent your day away! Certos de que tudo pertence a todos, e que a posse de nossas vidas é nosso direito ancestral. Antes de nós, ela pertenceu aos nossos antepassados, que escolheram sacrificar-se, transformando a exaustão da nossa criatividade imaginativa… Profanely blessed!

Kiss the rain! Catch a train! Perdido na cidade, somos apenas o que esperamos ser, porque sabemos o que somos, caminhando em um caminho terrível, respondendo as mesmas respostas através de séculos, distantes da essência pelo dogmatismo cristão que nos promete a renascença, livres do pecado e da curiosidade que nos faz humanos.
Eating this crude fish, thinking that it is real sushi. Alienações e lembranças passageiras, advindas de trips interplanetárias idealizadas por situações químicas… a química, a mãe de nossas idolatrias e perdições.
Esperança, regna madre dulcíssima! Olhar limitado pelos semáforos da psicogeografia desconhecida, levados como verdade pela rotina cruel. Feel the fake in a man! Lave a roupa, perca-se em outras rotinas, esqueça de si mesmo. Mate-se de monotonia e silêncios, lembre-se: you keep your hell!

Fade in or out… Descubra o que ainda não aprendeu ou entregue-se ao ciúme amoroso. O silêncio fala por ecos e lembranças passadas, desenhando nossas mirações quando fechamos os olhos. Tudo por nossa causa!
Shake my thing, feel me coming! Na cama, à noite, penso nos meus erros, na rigidez do meu fígado, uma madeira que quase não alimenta meu fogo, ressecando minha água, endurecendo meu metal, desequilíbrio provocado pela minha ignorância.
Amo o dia inteiro, mulheres que jamais seduzirei, que jamais amarei. A felicidade dói, mas me atravessa de alegria ignorante. O amor segue por caminhos estranhos, amaldiçoado a me apaixonar… down on your knees again… Ainda recusando-os, caminhando pela cidade dos estábulos nativos, como ser linfático ao pedir desculpas?

Renato Pittas   

Contato:[email protected]

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