Cantando

Cantando

Num distante planeta, onde as estrelas dançavam em espirais de luz e as luas cantavam canções de tristeza, vivia uma criatura solitária. Ela era feita de poeira estelar e tinha olhos que brilhavam como constelações.
Passava seus dias vagando pelos campos de cristal, onde flores de fogo desabrochavam e se extinguiram em um ciclo eterno. Cantava para as estrelas, suas notas flutuando pelo vácuo, ecoando nas montanhas de gelo e nas cavernas de diamante.

Mas havia uma tristeza em sua voz, uma melodia quebrada que ninguém mais conseguia ouvir. Ela cantava sobre amores perdidos, sonhos desfeitos e esperanças queimadas como cometas em sua atmosfera.

Um dia, enquanto observava uma chuva de meteoros, viu uma nave espacial cair do céu. Seu casco estava quebrado, suas luzes piscavam fracamente. Ela correu até lá, encontrando um astronauta ferido dentro.
O astronauta. estava perdido, sua nave avariada e sua tripulação desaparecida. Ela o cuidou, curando suas feridas com pó de estrela e cantando para ele enquanto ele se recuperava.

Ele ficou fascinado por ela. Nunca tinha visto uma criatura tão bela, tão triste. Ela lhe contou sobre seu planeta, sobre as canções das luas e os campos de cristal. Ele lhe contou sobre a Terra, sobre o azul profundo dos oceanos e o verde das florestas.

Eles passaram dias juntos, explorando este mundo, compartilhando histórias e canções. Ela cantava para ele sobre suas tristezas e desenganos, e prometeu levá-la com ele quando sua nave fosse consertada.

Mas o tempo estava se esgotando. As estrelas estavam se alinhando, e a janela para deixar o planeta estava se fechando. Ela sabia que não poderia ir, que seu lugar estava aqui, entre as estrelas.

Na noite antes da partida, eles se sentaram juntos em uma colina, olhando para o céu. Ela cantou uma última canção, suas lágrimas se transformando em estrelas cadentes. Ele a abraçou, prometendo que nunca a esqueceria.
Partiu, deixando-a sozinha sob as estrelas. Ela continuou a cantar, suas notas ecoando pelo cosmos, lembrando a todos que a tristeza e o amor eram tão vastos quanto o universo.

As estrelas continuaram a dançar, as luas a cantar, e ela permaneceu, cantando suas canções de tristezas e desenganos.

Renato Pittas:

Contato: [email protected]

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