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Eu, um zé ninguém

Eu, um zé ninguém

As cidades são como quadrinhos de ficção, urbanidade blade runner, edifícios gigantescos iluminados por luz de leds projetando imagens animadas em 3d, do tamanho de suas paredes, as avenidas amplas por onde circulam cidadãos comuns, tanto aqui como ali pode-se ver aquela vizinha balzaquiana circulando de mãos dadas com os filhos pré-adolescentes, homens barrigudos carregando o peso dos excessos, e divindades esbeltas exibindo seu narcisismo em excessivas maquiagens, à lentes planas de um celular.

Os automóveis de aerodinâmica reinventada, circulam espalhando gazes e faíscas elétricas, nas esquinas não existem mais orelhões e nem mais fila entorno, os sinais randomizam as cores num frenesi de carros e corpos atravessando na faixa de pedestres, vermelhos verdes e avanços desrespeitosos às normas. Segue assim o cidadão comum que paga impostos e se horroriza com os oportunistas que se valem do seu voto, rebanho de almas compromissadas pela o que impregna suas realidades corriqueiras do dia a dia. Outros vendem comida cobiçada por indigentes famintos que observam com olhos de cobiça e necessidade, mesmo assim exista quem se mostre inflado pelo ego e o poder de compra que o exibe.

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Dessa maneira se estrutura a violência virótica que nos contamina, criam bipolaridades frustrantes, pestes emocionais e outros afins degenerativos. Para cada lado que se olhe pode-se observar diferentes fatos acontecendo na cena estática de prédios e construções que se espalham aos milhares pela cena urbana, se desvendando aos olhos incautos que observam vitrines que estampam desejos de consumo de desavisados assalariados servos e capatazes contratados para vigiarem estas servidões, massa de manobra dos donos do poder capital, que manipulam desejos de um mundo perfeito e sem contradições aos imprevistos que a vida propõe.

Renato Pittas   

Contato:[email protected]

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