Metallica: “não queremos ser uma banda tradicional que apenas toca suas melhores músicas”
Apesar do grande palco e dos inúmeros shows em arenas lotadas, o Metallica é uma das bandas em atividade que não tem um setlist fixo. Não existe uma obrigação de ter músicas que precisam estar em todas as apresentações.
Em cada noite, a banda troca seu repertório incluindo e excluindo diversas faixas que foram tocadas na noite anterior. Não há problema se hoje não tocarem “Enter Sandman” ou “Master Of Puppets”, amanhã elas retornarão e hoje será a vez de “Seek And Destroy” ou “For Whom The Bell Tolls”.
Foi sobre estas experiências de liberdade artística em cima do palco que o vocalista e guitarrista James Hetfield falou no último “The Metallica Report”. Ele disse:
“Acho que a confiança, o fato de o álbum ’72 Seasons’ ser bem recebido e algumas das músicas que estamos tocando ao vivo funcionarem e elas se encaixarem perfeitamente em todo o catálogo, com todos os álbuns que temos. Não temos medo disso, mas também não estamos exagerando. Sabemos que as pessoas querem ouvir o “melhor de”. E você tem que desafiá-las a ouvir algumas das coisas novas também, porque certamente não queremos ser uma banda tradicional que apenas toca suas melhores músicas. Somente os hits e então é isso. É tudo parte desse pensamento. Acho que a confiança de nós e do palco, de estar no palco, saber que, ‘ei, todos os erros são parte do show’. Isso é parte do que dizemos antes de sair em turnê: ‘ei, todos os erros são livres’. E não é um erro. Sério, essa palavra é meio ridícula de certa forma. É apenas uma maneira única de tocar naquela noite. Todo mundo consegue aproveitar o que quer que aconteça naquele momento. E, francamente, acho que é um desafio.
Quando uma música se desintegra, e isso pode ser devastador para outras bandas, para nós, é apenas, ‘ok. Nós estragamos tudo. Vamos começar de novo’. Ou, ‘ei, vamos continuar daqui’. Houve momentos em que editei uma seção inteira do meio e então no final da música disse, ‘oh meu Deus, esqueci de tocar essa parte aqui. Vamos tocar para vocês’. Há uma liberdade lá em cima que os fãs permitem, há uma graça que eles nos permitem ser humanos. Então há uma confiança de que você não pode errar. Você simplesmente não pode errar. Você aparece e faz o seu melhor e sabe que é do coração.”