O Movimento Irregular da Inércia

O Movimento Irregular da Inércia

Parecia um dia como qualquer outro na pequena cidade. As ruas sinuosas serpenteavam entre prédios de concreto e vidro, e os habitantes seguiam suas rotinas com a precisão de equações matemáticas. Mas havia algo de estranho no ar, algo que desafiava a lógica e a razão.

Era o movimento.

Não o movimento das pessoas indo e vindo, mas algo mais profundo. Um movimento que escapava às fórmulas e aos cálculos. Um movimento que desafiava a inércia e se lançava em trajetórias imprevisíveis. Era como se a cidade inteira estivesse dançando uma coreografia invisível, regida por forças desconhecidas.

Um homem de cabelos grisalhos e óculos de aros dourados, observava tudo com curiosidade. Era um matemático, mas aquilo estava além de sua compreensão. As variáveis incontroláveis pareciam conspirar contra ele, como se tivessem vida própria.
Um dia, enquanto caminhava pelo parque, viu algo que o deixou perplexo. Uma borboleta de asas iridescentes voava em círculos perfeitos, mas ao mesmo tempo, seus movimentos eram caóticos. Desafiava as leis da física, como se estivesse dançando com o vento.

Intrigado, o professor seguiu a borboleta até uma clareira no meio da floresta. Lá, encontrou um portal. Um portal para outra dimensão, onde as regras eram diferentes. Entrou sem hesitar, deixando para trás a monotonia da cidade.
Do outro lado, encontrou um mundo surreal. Árvores com raízes de números complexos, rios que cantavam equações diferenciais e montanhas que desafiavam a geometria euclidiana. Sorriu. Ali, ele podia ser livre, explorar o desconhecido sem medo de errar.

Enquanto caminhava por aquela terra fantástica, encontrou outros viajantes. Um poeta que rimava com fractais, uma pintora que usava cores impossíveis e um músico que compunha sinfonias com sequências numéricas. Juntos, criaram uma nova linguagem, uma linguagem que transcendia as palavras e os números.
Nunca mais voltou para a cidade. Se tornou um guardião do portal, o explorador das infinitas possibilidades. Às vezes, sentia saudades da cidade cinzenta e previsível, mas sabia que ali não era seu lugar. Seu movimento agora era irregular, imprevisível, como uma hipérbole perfeita em constante transformação.

Dançava com as estrelas, traçando trajetórias que desafiavam a lógica e a razão. Afinal, como dizia o poeta fractal: “A verdadeira matemática está além dos números. Ela está nos sonhos, nas asas das borboletas e nos olhos dos viajantes.”
Continuou sua dança com as estrelas, traçando trajetórias que desafiavam a lógica e a razão. Se tornou um guardião do portal, explorando as infinitas possibilidades daquele mundo surreal. Às vezes, sentia saudades da cidade cinzenta e previsível, mas sabia que ali não era seu lugar. Seu movimento agora era irregular, imprevisível, como uma hipérbole perfeita em constante transformação.

A cidade continuou sua rotina, sem perceber que um de seus filhos havia se perdido nas estrelas.

Renato Pittas:

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