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Onírica

Onírica

Na floresta dos sonhos, onde o véu entre o real e o irreal é tão fino quanto teias de aranha, o viajante solitário, segue um caminho incerto. As árvores sussurram canções de ninar ancestrais, e as folhas brilham com o orvalho da manhã, cada gota uma promessa de revelação.

Com olhos de quem viu mundos além do nosso, testemunha o desabrochar de flores que nunca conheceram a luz do sol, e o voo de borboletas cujas asas são feitas de névoa. Ele se move ao ritmo da floresta, um dançarino entre as sombras e as luzes.
Portais se abrem diante dele como cortinas que revelam novos atos de uma peça sem fim. Ele atravessa um, encontrando-se em um vale onde os rios fluem para cima e as estrelas brincam na superfície da água.

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Trilhas se desenrolam e retraem como fitas ao capricho do vento, guiando-o para encontros com criaturas que falam em enigmas. Uma coruja de prata lhe oferece três perguntas; um cervo com galhos luminosos lhe mostra caminhos ocultos.
A cada passo em direção ao desconhecido, se despe das certezas do mundo tangível. Aprende a linguagem das pedras e a melodia dos riachos. Em sua busca por visões etéreas, se torna parte da floresta, um sussurro entre os segredos antigos.

Finalmente alcança o coração da floresta, onde os sonhos tomam forma sob a luz de uma lua eterna, entende que sua jornada nunca teve um destino. Era a própria floresta que buscava por ele, chamando-o para se tornar uma lenda viva entre as histórias sussurradas nas noites sem fim.
Agora um com a floresta dos sonhos, caminha por um tapete de musgo que brilha sob a lua. Ele encontra árvores ancestrais cujas raízes se entrelaçam com as estrelas, e seus galhos abraçam o infinito.

A cada passo, a floresta revela seus segredos mais profundos. Descobre clareiras onde o tempo se detém, permitindo que momentos de pura beleza durem uma eternidade. Testemunha o nascimento de constelações dentro de poças cristalinas, cada estrela um destino possível.
Se depara com rios de melodia, onde as notas musicais nadam como peixes coloridos. Bebendo dessa água, ouve a sinfonia da criação, uma harmonia que transcende a compreensão mortal.
Em sua jornada, ele encontra seres feitos de luz e sombra, cada um guardião de um mistério da floresta. Uma fada tecelã lhe oferece um manto feito do crepúsculo; um dragão de musgo lhe ensina a respirar o fogo da vida.
Aprende que cada criatura, cada planta e cada pedra é uma nota na partitura do universo. Dança com espíritos do vento e canta com os coros das árvores, sua voz tornando-se parte do concerto eterno da natureza.

Quando a aurora traz consigo o despertar da floresta, não é mais apenas um viajante. Ele é um maestro, um poeta, um sonhador que teceu seu ser no tecido do real e do imaginário. E enquanto a luz do amanhecer banha a floresta em tons dourados, continua sua dança eterna, guiado pela certeza de que em algum lugar, entre o sonho e a realidade, jazem as respostas para os enigmas mais antigos do mundo.
Com o primeiro raio de sol, a floresta dos sonhos se despede da noite, e sente a mudança sutil no ar. Olha para trás, para o caminho que percorreu, agora marcado com as pegadas de suas descobertas e encontros.
A floresta, um tapeçaria viva de magia e mistério, sussurra um adeus silencioso. O viajante que se tornou parte dela, sabe que é hora de partir. Com um último olhar para as árvores que tocaram as estrelas, ele se vira para enfrentar o mundo além.

A floresta dos sonhos nunca o deixa completamente. Ela vive dentro dele, uma chama eterna que ilumina seu caminho onde quer que vá. Ele leva consigo os segredos sussurrados, as melodias dos rios e o brilho das estrelas nascidas em poças.
Caminha em direção ao horizonte, onde a realidade espera por seu retorno. Mas agora ele caminha com uma nova compreensão, uma nova visão. A linha entre o sonho e a realidade pode ser tênue, mas é nesse espaço que a verdadeira magia reside.

Segue em frente, um viajante entre mundos, carregando consigo a essência da floresta dos sonhos. Se torna uma lenda viva, um sussurro de esperança na brisa da manhã, um lembrete de que os lugares mais mágicos estão apenas a um sonho de distância.

Renato Pittas:

Contato: [email protected]

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