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Um mundo de Cinzas e Sombras

Um mundo de Cinzas e Sombras

Prologo

Na vastidão desolada de uma megacidade decaída, onde a luz do sol mal consegue penetrar a densa camada de poluição, ergue-se uma terra de cinzas e sombras. Ruínas de arranha-céus outrora magníficos agora se destacam como esqueletos de concreto e aço, envoltos em névoas tóxicas que conferem um brilho fantasmagórico às noites eternas. As ruas, repletas de detritos tecnológicos e ecoando com o zumbido incessante de máquinas antigas, são povoadas por sobreviventes de uma civilização que perdeu seu rumo.
Neste cenário distópico, a magia e a tecnologia se entrelaçam de maneiras inimagináveis. Feiticeiros cibernéticos, com implantes neurais conectados a redes arcanas, disputam poder com corporações que exploram almas como recursos energéticos. Criaturas das lendas, renascidas pela fusão de DNA com nanotecnologia, espreitam nas sombras, oferecendo tanto perigo quanto proteção para aqueles dispostos a negociar com o sobrenatural.
Em meio a essa paisagem apocalíptica, emerge um protagonista incomum: um ex-agente de segurança corporativa com implantes defeituosos que lhe conferem visões perturbadoras do passado e do futuro. Assombrado por memórias de um amor perdido e pela busca de redenção, ele se depara com um artefato ancestral que pode alterar o destino deste lugar.

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Agora, ele deve navegar por um labirinto de conspirações, alianças improváveis e traições, enfrentando tanto demônios internos quanto externos. Em sua jornada, descobrirá segredos ocultos nas profundezas da megacidade e, talvez, a chave para restaurar a luz em um mundo dominado pelas trevas.

1: As Névoas da Cidade

Ele caminhava pelas ruas escuras desta terra de cinzas e sombras, seus passos ecoando no concreto rachado. Seus olhos cibernéticos varriam o ambiente, captando detalhes invisíveis para os olhos humanos. O implante defeituoso em sua têmpora latejava, enviando flashes de memórias que não eram suas.
A cidade era um organismo vivo, pulsando com energia distorcida. As torres quebradas se inclinavam como velhos gigantes cansados, suas janelas vazias como olhos cegos. Lembrava-se de quando esses arranha-céus eram símbolos de poder e progresso, agora reduzidos a esqueletos abandonados.

Parou diante de uma parede grafitada, os caracteres luminosos dançando em sua visão. “A Magia é Tecnologia” estava escrito em neon verde. Os feiticeiros cibernéticos haviam desvendado os segredos do código-fonte do universo, manipulando-o como hackers em busca de exploits. Mas a que custo?
Continuou, passando por becos estreitos onde criaturas híbridas se escondiam. Homens com asas de morcego, mulheres com olhos de serpente. Eles ofereciam serviços: proteção contra gangues rivais, previsões do futuro, ou simplesmente um abraço quente nas noites gélidas.

Seu destino era o Mercado das Almas, um labirinto de barracas e tendas onde os negociantes traficavam com o sobrenatural. Precisava encontrar o artefato ancestral, a chave para desvendar os mistérios que o assombravam.
Mas o Mercado era traiçoeiro. As sombras escondiam assassinos e ilusões. Sabia que não estava sozinho em sua busca. Outros também desejavam o artefato, e eles não hesitariam em matar para obtê-lo.

Enquanto avançava, ele sentiu a cidade sussurrando em sua mente. Memórias antigas, vozes perdidas. Estava prestes a descobrir a verdade sobre a este mundo, mas a que preço? A luz que ele buscava poderia ser sua salvação ou sua perdição.

Assim, com o coração pesado e os olhos fixos no horizonte enevoado, continuou sua jornada através das ruínas da megacidade, determinado a desvendar os segredos que moldavam seu destino.

2: A Conluência das Almas

Adentrou o Mercado das Almas, onde a névoa parecia mais densa. As barracas se amontoavam, cada uma exibindo suas mercadorias sob luzes trêmulas. O ar estava impregnado com o cheiro de incenso e eletricidade estática.
À sua direita, um vendedor oferecia implantes mágicos: olhos que enxergavam além do visível, braços que se transformavam em lâminas de energia. Ignorou-o. Seus próprios implantes já eram uma maldição; ele não precisava de mais.

À esquerda, uma criatura com pele metálica e olhos de fogo oferecia profecias. “Vejo seu destino.” sibilou ela. “Uma escolha se aproxima. A luz ou a escuridão?” Não respondeu. Já havia feito muitas escolhas erradas.
No centro do mercado, encontrou a barraca de um ancião. O homem enrugado tinha cabelos prateados e olhos que pareciam conter séculos de sabedoria. Ele examinou=o com um olhar penetrante.

“Você busca o artefato ancestral,” disse-lhe. “A chave para desvendar os segredos da cidade. Mas cuidado, jovem. A magia e a tecnologia não são inimigas aqui. Elas dançam juntas, entrelaçadas como amantes proibidos.”
Assentiu. Sabia que o artefato estava próximo. Sentia sua presença como um zumbido em sua mente. “Onde posso encontrá-lo?”

O ancião sorriu. “Na Torre Quebrada, onde os ventos sussurram segredos antigos. Mas cuidado com os guardiões. Eles protegem o artefato ferozmente.”

Agradeceu e partiu. A Torre Quebrada erguia-se acima das ruínas, seus andares superiores desmoronados. Subiu os degraus quebrados, ignorando os gemidos do concreto. No topo, encontrou a câmara do artefato.

Lá estava ele: um globo de luz pulsante, contendo memórias de todas as almas que haviam habitado a cidade. Estendeu a mão, sentindo a energia fluir através de seus implantes defeituosos. Viu flashes de amor, traição, esperança e desespero.
A escolha estava diante dele. Usar o artefato para restaurar a luz deste mundo de cinzas e sombras ou liberar as almas aprisionadas, permitindo que a cidade se desintegrasse completamente. Fechou os olhos e decidiu.

Sussurrou uma palavra antiga, e o globo brilhou intensamente. A cidade tremeu, e a névoa começou a se dissipar. Sabia que havia feito a escolha certa. Este mundo de cinzas e sombras nunca mais seria o mesmo.

Assim, com o artefato em mãos e o coração cheio de esperança, desceu da Torre Quebrada, pronto para enfrentar o futuro incerto

Renato Pittas:

Contato:[email protected]  

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